Já tinha dito antes - e
esta é, provavelmente, a declaração mais importante deste livro - que o
ESPÍRI-
TO é a vossa verdadeira natureza. Aquilo que tu crês ser é,
apenas, um dos muitos «tu» projectados ao
longo do tempo e em vários lugares deste e de outros planetas,
em universos que vocês ainda não desco-
briram. No entanto, nada disto minimiza aquilo que percebes como
«tu»; pelo contrário, tu és um ser
imenso, multidimensional, uma magnífica expressão da Fonte, a
qual, brilhante e amorosamente, traba-
lhaste, juntamente com outros, para que realizasse a função do
ESPÍRITO.
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Em
nenhum outro lugar, em nenhum planeta de qualquer universo, existiu uma
criação como a
vossa!
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O simples fato de
saberes que és parte integrante dessa façanha tão grandiosa deveria
incrementar,
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Na tua qualidade deste
verdadeiro e surpreendente ser, decidiste que, devido a um propósito muito
especial, encarnarias neste planeta e neste emocionante momento
da história. O resultado de tal decisão
é, evidentemente, o «tu» do qual estás consciente. Porém, não
dês muita credibilidade a esse maravilhoso
ponto singular de consciência, focalizado no aqui e agora que é
esse «tu». Se tivesses a mais simples no-
ção do processo através do qual existes, ficarias assombrado do
poder que deténs. Portanto, trata de te
veres a ti mesmo como o ESPÍRITO gozando de uma experiência
humana, e não o contrário.
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Assim sendo, podes perguntar:
- Se, realmente, sou esse imenso ser, por que não sei que o sou
nem o sinto de nenhuma forma?
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Bom, deixa de ler por
um momento e trata de sentir o teu Ser maior como uma força suprema e impa-
rável, que a si mesma se infiltrou dentro da realidade da 3ª
dimensão como uma gigantesca cunha de
energia, da qual, cada ser humano é a própria ponta dela. Aí,
exactamente onde te encontras sentado
neste momento, procura sentir a intensa força energética que
está por detrás de ti – uma coisa algo con-
fusa para a tua mente, é certo, mas que está cristalizada, com
nitidez, no conjunto cor-
po/emoção/mente.
Se fores incapaz de a
sentir, imagina-a; o teu eu-espírito completará essa imaginação com esquemas,
sentimentos ou, somente, com o simples saber que assim é... tal
como faz a cada momento, aliás!
E, por favor, se crês
nisto, não te fiques por aqui. A crença é a morte súbita da tua pesquisa da
verda-
de: a partir do momento em que crês, deixas de procurar. Se não
crês... não há problema! Mantém-te na
procura por outros caminhos até te encontrares com o teu
verdadeiro Ser.
Tu estás lá, à tua
espera!
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Mas retomemos a pergunta: Por que não conheço o eu-espírito que
se supõe que eu seja?
Isto requer que façamos um pouco de História.
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Há muitíssimo tempo,
antes da existência da História tal como a entendes agora, um certo número de
seres não-físicos - cada um dos quais é uma entidade imensa por
natureza própria - decidiu colonizar um
planeta para realizar uma investigação em nome da Fonte. Um
deles concordou em oferecer-se como
voluntário para representar a consciência do planeta e alguns
outros ajudaram-no a densificar a sua ener-
gia por forma a que fosse descendo através das dimensões.
Entretanto, outros
seres desse grupo dedicaram-se a conceber as matrizes das prováveis e
distintas
formas de vida que povoariam o planeta, ou seja, as matrizes que
permaneceriam codificadas, quimica-
mente, naquilo a que chamas ADN.
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E, mediante sucessivos
abaixamentos de frequência, durante milhões de milhões de anos, a consciência
planetária foi progressivamente irrompendo através da barreira
de energia, na forma sólida que agora se
chama Planeta Terra.
Ao longo de enormes
períodos do teu tempo linear, estes seres criaram projecções de si mesmos com
energia de baixa frequência, ainda que nessa altura em nada se
parecessem com algo físico. Gradualmen-
te experimentaram formas de frequência cada vez mais baixa, até
produzirem o que aqueles que possuem
visão psíquica denominam formas astrais da 5º e da 4ª dimensões.
Milhões de anos se
passaram e vocês, na qualidade de um desses seres, levaram ainda mais longe
as
experiências com o ADN, fazendo com que a energia se tornasse
ainda mais densa dentro de ondas esta-
cionárias de energia, até conformar corpos quase-visíveis.
Por fim, num
extraordinário acto de criatividade, irromperam através da barreira
dimensional e cria-
ram estruturas físicas de partículas subatómicas, os átomos e as
moléculas, cobertas pelas ondas estacio-
nárias que também tinham concebido.
Nessa altura, ainda
podiam dissolver essas formas livremente, bem como criar outras novas.
Assim se divertiram
durante períodos incomensuráveis, sem que em qualquer momento se identificas-
sem com essas projecções físicas, cujo número ia aumentando.
Vocês sabiam que esses corpos etéricos
eram os campos de energia que tinham criado e para dentro dos
quais irradiavam energia... somente para
se divertirem!
À medida que pretendiam
ir mais longe, estas formas projectadas tornaram-se mais visíveis (no sentido
que hoje daríamos a este termo), mas ainda não havia consenso
sobre a sua forma definitiva.
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Uma
pausa para apreciar convenientemente a natureza brincalhona da Fonte,
tratando sempre de
ser mais criativa e, assim, autoconhecer-se
através do que pode fazer!
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A fim de desenvolver a
experiência, decidiram então dar um passo muito atrevido: projectaram as
consciências para dentro dessas formas! Isto proporcionou as condições para que pudessem interagir
convosco mesmo de uma forma totalmente nova - uma forma
impossível de alcançar dentro das frequên-
cias mais elevadas donde provinham e nas quais se reconheciam
como sendo parte da Unidade.
De seguida, permitiram
que as consciências não só se projectassem, mas também passassem a residir
dentro dessas formas físicas, que cada vez se tornavam mais densas, durante lapsos de tempo
cada vez
maiores.
A consciência, agora,
gozava de duas vantagens: a da 5ª dimensão (donde provinha) e a da 3ª dimen-
são, a do físico.
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Embora tivessem a
capacidade de vibrar em cada uma destas formas, vocês mantinham-se totalmente
ao corrente da vossa origem, pelo que não existia qualquer
percepção de separatividade entre elas.
Esta grandiosa festa de
auto-exploração era muito divertida!
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E novos campos de
energia foram tentados. Por exemplo: vocês estabeleceram campos distintos
para
explorar separadamente os pensamentos das emoções. E - mais
importante ainda - proporcionaram às
vossas projecções uma autonomia quase total, dando-lhes a
liberdade para serem entidades por si mes-
mas, por direito próprio.
Esta divisão em dois
«planos» proveitosos e simultâneos converteu-se num ponto crucial da História
- o
que equivale a cerca de uns cem mil anos atrás.
O estado de consciência
de cada uma destas formas autónomas ainda tinha conhecimento da sua natu-
reza espiritual, pelo que a separatividade não era, sequer, uma
forma de pensamento conceptível. Tal
construção mental não existia nesse tempo, (o planeta era,
então, o bíblico Jardim do Éden), nem sequer
era possível porque se vocês se aborreciam de estar em determinada forma física na
3ª dimensão, limi-
tavam-se a desmantelá-la, faziam regressar as
vossas consciências à 5ª dimensão e projectavam outra
forma nova!
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Então, em determinado
momento da experiência, trocaram a projecção de energia pelo processo do
nascimento físico e determinaram uma forma básica do corpo para
a espécie... a qual estava a densificar
rapidamente rumo à sua forma física.
As vossas lendas estão
repletas de memórias antigas de algumas das variedades de formas que precede-
ram esta estandardização.
Durante milhares de
anos, vocês, como ESPÍRITO, gradualmente
foram ficando cada vez mais fasci-
nados com a intensidade das sensações
possíveis nestas formas físicas, pelo que os campos emocionais
e mentais se foram centrando progressivamente
nos planos mais baixos, em vez de no plano do espíri-
to!
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A intensidade e a riqueza
da experiência emocional foi totalmente avassaladora. E as sensações, que
derivavam do facto de vocês estarem numa forma densa, passaram a
ser extremamente sedutoras.
A partir daqui, já
conhecem a história: o nascimento do ego!
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Inicialmente, ainda
tentaram que o eu-ego exterior actuasse como uma interface colectora de
infor-
mação entre o plano físico e o plano dos eu-espírito... os quais
continuariam a tomar as decisões sobre o
que era real e do que tinha de ser feito a cada momento. Mas, à medida que a experiência foi prosse-
guindo ao longo dos milhares de anos, o
eu-ego, orientado para fora, começou a ter as suas próprias
ideias acerca da realidade e a recorrer cada
vez menos... cada vez menos... ao eu-espírito, orientado
para o interior.
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O eu-ego exterior
foi-se fortalecendo e a sua identidade começou a mudar desde os estados
interiores
do ser para os estados exteriores. Como resultado desta mudança,
o eu-ego começou a «colorir» o que ia
apercebendo e a julgá-lo como bom ou mau, de acordo com a
sensação física. E foi assim que o eu-
espírito, orientado para o interior, começou a ser alimentado
com informação «pré-digerida» pelo eu-ego!
A sensibilidade
emocional e mental do eu-ego, dirigida para o campo do eu-espírito, começou a
mur-
char à medida que a energia do campo físico se convertia, cada
vez mais, no ponto focal.
Aqueles dois «pontos de vantagem» de estarem
simultaneamente na 5ª e na 3ª dimensões,
converteram-se em pontos separados de
consciência e o «ponto de vantagem» da frequência mais
baixa, orientado para o físico, perdeu de
vista o «ponto de vantagem» espiritual.
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Durante alguns
milhares de anos, esta brecha de percepção foi-se ampliando até que a forma
do plano
mais baixo começou a duvidar da existência do plano mais elevado,
ou a projectá-lo como se estivesse
fora de si mesmo, como se fosse um ser externo. Ou seja, vocês
fraccionaram a percepção acerca de
quem eram e, em decorrência, surgiu o conceito de deuses, uma
vez que os seres que agora compunham a
humanidade se haviam tornado incapazes de se relacionarem com os
imensos e multidimensionais seres...
que eram eles mesmos na dimensão superior!
A única maneira de se
reconciliarem com a voz interior, isto é, com os impulsos do ESPÍRITO e com a
memória de serem muito mais do que um simples ser humano
limitado, foi projectarem as vossas nature-
zas imensas, poderosas e plenamente amorosas sobre uns seres
que, enquanto espécie, tinham criado para
tais fins. De facto, continuavam a receber mensagens e a sentir
amor a partir do eu-espírito internos...
mas interpretavam-nas como se isso viesse dos deuses externos!
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Por fim, para cravar
de vez a cunha da separação entre o Espírito e a personalidade, conceberam um
brilhante véu: a vergonha. Construíram as vibrações da vergonha dentro das células dos
vossos corpos
e assim, finalmente, conseguiram o total
sentimento de separação!
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O ESPÍRITO que sabiam
ser converteu-se, pois, numa memória fantasma, facilmente apagada pela luz
rude das novas realidades. Então, passaram a reconhecer-se como
uma personalidade, sem se apercebe-
rem que se tinham «amputado» do ESPÍRITO por terem perdido a
consciência que faziam parte Dele.
Assim, pegaram nessa parte heróica e grandiosa de vós mesmos e,
através das deidades fabricadas, con-
verteram-na em algo externo. E a vergonha tratou de assegurar
que, aos olhos dessa deidade fabricada,
todos se vissem a si mesmos como seres «não merecedores».
E, assim, ao longo do
tempo, converteram-se em algo separado, exilados num invólucro de pele,
procu-
rando externamente por um Universo que não podiam entender,
presos no tempo e no espaço, e com uma
só saída: a morte.
Toda a ajuda de que
podiam dispor para resolver a questão limitava-se a um conjunto de respostas
aprendidas, denominado «personalidade»!
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Por favor, lembrem-se
de que planearam tudo isto desde o início!
Vocês, sendo um dos
grupos de seres que empreenderam esta experiência, tinham decidido ver quão
longe poderiam chegar na capacidade de separar as percepções da
vossa natureza, do ESPÍRITO puro.
Foi precisa uma enorme
engenhosidade para conceber e criar os véus que haveriam de separar as duas
dimensões, de tal maneira que encarnariam sem qualquer memória
de quem eram. Um destes véus surgiu
quando o vosso espírito colectivo tomou uma decisão que haveria
de afectar cada uma das encarnações ao
longo dos seguintes duzentos mil anos, e que alterou
completamente a natureza, o propósito e o conteúdo
da vida humana neste planeta: vocês inventaram o karma!
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